Hoje
eu tive “ quase” certeza, que a enfermagem assim como o Sistema Único de Saúde,
é uma utopia e um descaso com os pacientes. A paciente chega ao Hospital Pink* as 6:00 da manhã com placas eritematosas por todo corpo, mãos e
orelhas edemaciadas, com prurido, porém só é atendida as 8:00 da manhã, pelo
fato de conhecer uma das técnicas de enfermagem do local e não agüentar mais se
coçar, ao ser atendida pelo médico acaba sabendo que não foi atendida antes,
porque o médico que estava no plantão, desde a noite anterior, esperou o médico
que chegaria as 7:00 da manhã para fazer a passagem de plantão e começar a
atender os demais pacientes da emergência, fica sabendo também que existia
naquele momento 4 médicos para fazer atendimento da emergência, mais que nenhum
deles se dispõe a atender os pacientes, a paciente deve diagnóstico, que aquilo
poderia ser acontecido por alergia alimentar, foi passado alguns medicamentos para serem administrado
no hospital, mais nenhum para tomar em casa ou restrição alimentar. Outro fato
que me chamou atenção foi que já na sala para administrar medicamentos, o
despreparo da profissional, pelo fato dela ter esperado o retorno de uma
quantidade de sangue considerável para administrar o medicamento, após essa
administração de quase 20ml, mandou a paciente se levantar e ir embora, como
assim? E o tempo de espera, para a paciente não se sentir tonta ou desmaia,
este por sua vez não foi levado em consideração.
A
paciente retorna ao mesmo hospital as 17:00 com os mesmo sinais e sintomas, o
que me chama atenção logo na entrada, é a perca do prontuário da paciente. Como
assim? A paciente estava no hospital pela manhã e a tarde já não se sabe onde
está o prontuário? Imagine se ela só retornasse daqui a 2 dias com os mesmos
sinais e sintomas, iria tomar a mesma medicação que já foi administrado e não
fez efeito. Falta de organização, falta de ética com os pacientes, falta de
comprometimento, descaso com a saúde e pacientes. Porém o atendimento só ocorre
as 18:30, como assim? Emergência e você passa mais de meia hora para ser
atendido em um local, onde não passava de seis pacientes para serem atendidos. Isso
tudo ocorre em meio a técnicas e enfermeiras desfilando pelos corredores dos
hospital, conversando, sem qualquer tipo de identificação.
Ao
ser atendida pelo médico, os demais profissionais entram e saem da sala, sem
bater na porta, pedir licença, dar boa noite aos pacientes, será que além de
não exercerem suas funções, não foram educados por suas família ou a faculdade
e os cursos técnicos não lhe ensinaram boas maneiras? Além de tudo isso,
interrompem a consulta, a enfermeira por sua vez termina de fazer as
prescrições e evoluções dos prontuários, a beira da pia, em cima de banco. Ao passar
para a sala de administração de medicamentos, nos deparamos com uma sala super
lotada de pacientes, alguns com soro, outros esperando para serem medicamentos
a algum tempo cerca de 10 minutos e cadê os profissionais? Bom nessa mesma sala
tinha quatro técnicos, uma pessoa que trabalhava no berçário, um técnico da
SAMU que chegava com uma paciente que havia sofrido um acidente de modo e um
porteiro, o que todos fazia na sala cheia de pacientes e todos esses
profissionais aglomerados? Eles simplesmente conversavam, sabe quando eles
resolveram trabalhar ou melhor ainda mostrar serviço, quando o médico entrou na
sala para ver a paciente do acidente de modo.
O
pior de tudo ainda estava por vim, a paciente tinha prescrição de um
medicamento IM, que por falta de local e superlotação, foi administrada no
banheiro da sala, nesse meio tempo foi observado o despreparo dos
profissionais, pelo fato da técnica ter dificuldade em colocar o esfigmo. para
eferir a PA e aferiu de forma totalmente errada.
O
ponto forte de todo esse atendimento é que nenhum dos profissionais utilizavam
os EPIs necessários, principalmente as luvas, apesar de ter duas caixas bem a
sua frente e perto deles, depois que ocorre os acidentes de trabalho a culpa é
a sobrecarga de trabalho, falta de material, isso ou aquilo, na verdade a culpa
muitas vezes são dos próprios profissioanis ou mais ainda da própria enfermagem,
que não se poe em seu lugar. Para exercer suas funções conforme seu Código de
Ética, em momento algum foi feita a triagem dos pacientes pelo enfermeiro,
alias, cadê o enfermeiro? Eu até o momento não o encontrei naquela ocasião e
nem o identifiquei em meio a todos aqueles profissionais. E nem muito menos
existia algum enfermeiro para fiscalizar e orientar os demais prossifionais nas
suas funções objetivas, fato bastante interessante, pois uma vez liguei ao
hospital em busca de uma enfermeira para realizar um trabalho e me informaram
que eu tinha que saber com qual enfermeira queria falar, pois no hospital tinha
quatro profissionais e a cada turno era uma diferente, mais isso aconteceu a
uns dois anos, será que agora elas foram resumidas a nenhuma? Não sei e nem
posso saber, afinal a enfermagem naquele local não existi ou tem só o nome, porque
nem sala eles tem.
Observando
tudo, percebi que o local onde estavam os medicamentos era uma total bagunça
que todos poderiam notar, ai começo a compreender um pouco, porque acontece
tantos erros na administração de medicamentos, confusão quanto aos acessos e
alimentação, este descaso ocorre pela falta de estrutura, estudo e despreparo
dos profissionais, principalmente a enfermagem, que não exerce sua função de
fiscalizar, orientar, humanizar e se necessário até educar e ensinar boas
maneiras e a total falta de comunicação entre paciente < == >
profissional.
O
que venho percebendo é que hoje em dia além do descaso com a saúde, a
enfermagem está mais desvalorizada ainda por conta dos seus erros, falta de
preparo, de comunicação, humildade, educação, mal remunerados, carga de
trabalho excessiva, contudo, o vejo mais evidente é que, as auxiliares querem
exerce funções das técnicas, estas por sua vez querem fazer as funções da
enfermeira, que por sua vez, é uma profissional frustrada que não conseguiu
fazer medicina e quer exercer as funções do médico, isso também pode acontecer
por medo de perde seu emprego elas acabam se sujeitando a isso, mostra-se
assim, que estas não conhecem profundamente o curso que fizeram ou código de ética
assim, como sua legislação. Dessa forma não são capazes de lutar por seus
direitos, assim como exercer seus deveres perante a sociedade.
Eu
realmente fico muito triste quando vejo que profissionais recém- formados, não
se esforçam para colocar em prática tudo que aprendeu enquanto acadêmico, eu
sei e tenho consciência que nem tudo que vamos aprender vamos fazer, mais se
pelo menos agente conseguir mudar um pouco, se todo mundo fizer um pouco, pouco
a pouco vamos conseguir exercer a enfermagem de forma ampla, eu vos digo com
toda sinceridade, isso pode ser até imaturidade, mais se quando eu me forma e
for trabalhar, eu não conseguir exercer ou tentar exercem o que a enfermagem
realmente é, eu prefiro não trabalhar, prefiro ficar na minha casa, do que
proporcionar um atendimento que não é digno as pessoas que não tem acesso a
informação como deve ser. A enfermagem, abaixa a cabeça para qualquer empecilho. que colocam na sua frente e se tornam profissionais acomodados, que
pensam, eu faço o que posso, o que importa pra mim é meu salário no final do
mês, e o juramento que você fez ao concluir o curso? Este você já esqueceu
porque o que importa para muitos agora é o salário, é a quantidade e não a
qualidade de atendimento prestado. Vamos abrir os olhos, é desse jeito que
todos queremos que a enfermagem seja valorizada? Penso que não, vamos nos unir,
lutar e mostrar não só a população como os demais profissionais da saúde, o poder, determinação e dedicação que a
enfermagem tem.
A
enfermagem é uma ciência, mais acima de tudo é uma arte, É CUIDAR !
*( nome fictício), para não comprometimento da instituição e da acadêmica.
*( nome fictício), para não comprometimento da instituição e da acadêmica.
Por: Raquel Bianca, acadêmica de Enfermagem.
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